O dia das mães e a propaganda
03.05.2021 - 08:00:00 | 4 minutos de leitura
Está chegando o dia delas que doam seus corpos, seu tempo e sua energia: as mães. Mas espera, aí! Será que essa visão das mães não está um pouco limitada? Continue lendo e entenda mais sobre o Dia das Mães e qual a sua relação com a propaganda.
De onde veio o Dia das Mães?
O Dia das Mães é comemorado há muito tempo por diferentes culturas, mas a comemoração realmente se popularizou nos EUA, sendo oficializada em 1914. Mas, diferente do que você imagina, a data não tinha o objetivo de presentear as mães.
O objetivo inicial da data, criada por Anna Jarvis, era homenagear a ativista, e também sua mãe, Ann Maria Reeves Jarvis e valorizar as mães trabalhadoras, além de fazer campanhas em prol do combate à mortalidade infantil.
Assim, que a data se popularizou, se tornou uma festa celebrada com muitos presentes, almoços familiares e surpresas. Apesar do desapontamento de Anna, em função do Dia das Mães ter se tornado uma data bastante comercial, a comemoração ganhou o mundo.
A data foi trazida para cá em 1932 pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, com o objetivo valorizar a importância das mulheres na sociedade. Mas em função de seu grande apelo comercial, a data seguiu o mesmo caminho que nos EUA.
No calendário da propaganda
É claro que uma data com tanto potencial econômico, não iria demorar para entrar no calendário da propaganda. E quando juntamos uma das pessoas mais importantes da nossa vida com propaganda, os resultados são extremamente emocionantes.
Como nesta campanha de 2015 da pandora, que mostra a conexão única entre mães e filhos:
Mas é claro que nem tudo são flores. Virou um hábito comum na propaganda homenagear as mães criando uma figura de "super-mãe", que dá conta da casa, dos filhos, do trabalho e que ainda arruma tempo para se cuidar e agradar o marido.
Um grande exemplo desse contexto é a campanha de 1980 da Enjoli:
"Ah, mas a campanha é antiga. Não é mais feito dessa forma". Então, é feito sim. Uma campanha de 2013 do Shopping Iguatemi de Salvador, apesar de muito divertida, acaba retratando a mãe quase como um ser mágico, como se só ela, aliada de seu instinto materno, conseguisse dar conta de tudo:
Não precisamos nem dizer que a maioria das mães não se identifica com esse estereótipo, além de se sentirem pressionadas por um exemplo de perfeição que é humanamente impossível.
As campanhas estilo "super-mãe" continuam vendendo, e muito, mas cada vez mais, as mães estão se mostrando insatisfeitas. Outro ponto é que, no geral, essas campanhas mostram produtos que as mães não querem ganhar no Dia das Mães, como utensílios de cozinha e eletrodomésticos.
Em uma grande sacada, a marca peruana Oeschle se aproveitou dessas insatisfações e criou uma campanha incrível, onde os preços dos "presentes" que as mães não querem vão para as alturas:
Mães reais
Felizmente, as marcas estão começando a mudar sua forma de comunicar no Dia das Mães, como no caso da Avon, que já abordou as dificuldades de ser mãe na campanha #MãeSemCulpa:
Uma campanha de 2017 que também ficou muito legal é a "Certo ou Errado" da C&A, que mostra estilos e perfis de mães muito diferentes e que quando o assunto é ser mãe, não existe certo ou errado:
Retratar mães reais e sair do clichê da mãe perfeita, 100% dedicada à família pode ser a melhor pedida para a sua marca ter resultados incríveis no Dia das Mães. Conheça as mães dos seus clientes, pesquise e avalie para garantir os lucros na data e ainda agradar as mamães com uma campanha feita pensando nelas.
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