Posicionamento político por marcas
Branding
15.02.2021 - 08:00:00 | 4 minutos de leitura
Recentemente pudemos acompanhar algumas marcas se posicionando politicamente em função da invasão ao Capitólio nos EUA e de acordo com pesquisas recentes, cada vez mais os consumidores querem ver as marcas se posicionando sobre assuntos relevantes para a sociedade.
Mas como fazer isso sem correr o risco de prejudicar a marca? Continue lendo que a gente explica!
Contextualização
Para quem não viu, em janeiro aconteceu a reunião para a validação da vitória do presidente Joe Biden nas eleições dos EUA. Porém, apoiadores do ex-presidente, Donald Trump, invadiram o Capitólio, duvidando do resultado das eleições.
Em thread no Twitter, marcas como Coca-Cola, Chevron, Seventh Generation e Ben & Jerry’s se manifestaram em repúdio a invasão, por se tratar de um ataque à democracia americana e uma tentativa de invalidar o resultado das eleições.
Algumas marcas tiveram posturas mais ousadas, como no caso da Ben & Jerry’s que chegou a pedir o impeachment de Donald Trump. Mas independente da ousadia, existem riscos e desafios nas tomadas de partido.
Consistência
De acordo com Jaime Troiano, em entrevista para o Meio&Mensagem, as marcas têm, de fato, um compromisso maior com a sociedade do que com o mercado. Mas qualquer manifestação política só faz sentido se estiver de acordo com os princípios e valores praticados pela marca. E claro, quando for uma iniciativa legítima.
Antes de se posicionar, é importante que a marca esteja ciente que se as políticas internas da empresa devem corresponder ao posicionamento que irá fazer. Caso contrário, corre o risco de ser desmascarada, até mesmo por colaboradores, e perder credibilidade com o consumidor.
Alinhamento de propósito, valores e transparência
Uma pesquisa realizada pela Accenture Strategy, mostra que cerca de 83% dos brasileiros preferem comprar de marcas com propósitos alinhados aos seus valores e dispensam marcas que se mantém neutras, 76% têm suas decisões de compra influenciadas tanto pelos valores da marca quanto de seus líderes e 87% desejam que as marcas sejam mais transparentes sobre a origem de seus produtos. Esses dados podem ajudar a nos guiar.
Primeiro, antes de compartilhar um posicionamento político em nome da marca é preciso avaliar como membros da equipe se posicionam.
Nesse caso, podemos usar a pandemia como exemplo: todos sabemos que seguir as recomendações da OMS é essencial para o controle do contágio do coronavírus, então se a marca “X” se posiciona dizendo para seguir as recomendações da OMS e logo depois um de seus gestores aparece publicamente dizendo que os cuidados recomendados são perda de tempo, a marca “X” perde credibilidade.
Se a marca diz que trata bem seus colaboradores, deve tratar bem seus colaboradores. Se a marca diz que não faz testes em animais, não deve fazer testar em animais. São exemplos muito simples e que parecem óbvios, mas diariamente vemos marcas sendo expostas por não agirem de acordo com seus posicionamentos.
A marca deve se posicionar de acordo com o que pratica
A regra principal é essa! Uma marca dificilmente conseguirá defender um posicionamento que não pratica, seja ele político, social ou cultural. Mas de qualquer forma, os consumidores estão esperando cada vez mais transparência e uma posição frente a temas de grande importância.
A neutralidade está deixando de ser uma opção, então logo o posicionamento claro e honesto será uma exigência. E se você tem a impressão de que as práticas, valores e posicionamentos da sua marca podem não ser bem vistas pelos consumidores, é um grande indício que as coisas precisam mudar.
E aí, nosso conteúdo te ajudou a entender mais sobre o assunto? Estamos sempre por aqui trazendo dicas e informações sobre o mundo da comunicação. Então fique ligado!
Contextualização
Consistência
Alinhamento de propósito, valores e transparência
A marca deve se posicionar de acordo com o que pratica