As configurações de cookies neste site são definidas para que possamos dar-lhe a melhor experiência enquanto estiver aqui. Se desejar, você pode alterar as configurações de cookies a qualquer momento em seu navegador. Ao continuar navegando você concorda com a nossa política de privacidade.
Aceitar e continuar
 
 

Velhice X Juventude

Coluna do Macedo

28.05.2018 - 08:00:00 | 4 minutos de leitura

Autor - Caio
Velhice X Juventude

Nos meus 74 anos de vida tenho observado algumas coisas bem curiosas, a primeira é que em sua grande maioria os jovens da atualidade são muito prestativos e atenciosos com os idosos. Claro que existem aqueles que não os respeitam, tem até uns poucos que fazem “bullying” com as pessoas mais experientes.

"Outra observação minha, é que a maioria dos idosos atualmente se preocupam com sua aparência, com suas vestimentas. Hoje é muito comum ver mulheres com 60 ou mais anos, lindas, com ou sem maquiagem, usando roupas joviais, sempre com uma aparência de 15 a 20 anos menos do que têm na realidade."


Claro que não é difícil encontrar pessoas com pouco mais de quarenta anos com aparência de velhos caquéticos, mas, em sua maioria são pessoas que a vida não ajudou muito, ou são desleixadas mesmo.

Mas, não é sobre isto que eu gostaria de falar, quero falar de uma nova velhice, pessoas que acumularam muitos anos de vida, mas, que continuam jovens. Sim, jovens em suas atitudes, em sua forma de pensar, que mantém seus gostos musicais, literários sempre muito atualizados. É evidente que o corpo não acompanha toda esta jovialidade, as rugas que os jovens idosos exibem como troféus, a visão nem sempre ajuda, a locomoção não é mais tão fácil, mas, não desistimos de ser produtivos e participantes.
Lidamos com as novas tecnologias quase que com a mesma intimidade que os nossos netos, fazemos delas ferramentas que nos ajudam em nosso dia-a-dia. Por exemplo, o primeiro computador da minha empresa era um Prológica de 8 bits, levava quase uma hora para carregar o sistema operacional, se digitasse um longo texto bem rápido, tinha que esperar a máquina descarregar o “buffer” do teclado para continuar o trabalho. Quando chegaram os primeiros PCs, parecia que estávamos num mundo futurista, mesmo com um computador que tinha uma velocidade de 4,75 mhz contra os 2000 dos atuais. Tinha um HD de 10 mega e ainda assim era um monstro que atendia, satisfatoriamente, praticamente todas as nossas necessidades. Hoje um smartphone é muito mais poderoso que aqueles primeiros PCs.
Por falar em smartphones, lembro que quando assistia um filme americano em que um personagem ligava para alguém do seu automóvel em movimento eu pensava que se tratava de ficção. Hoje carrego meu iPhone no bolso da minha calça e com ele posso ver e falar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.
Como uma boa parcela dos meus contemporâneos, apesar de umas poucas limitações impostas pelo velho físico, vivo o mais intensamente que posso, curto a vida como ela é hoje e não sou saudosista, daqueles que acham que tudo do passado era melhor.
Há alguns anos atrás li uma definição do que é uma pessoa velha e uma pessoa jovem, infelizmente não lembro quem é o autor que dizia: velho é quem tem vinte anos mais que a gente e jovem é quem tem vinte anos menos, os demais são apenas adultos.

"Tudo o que vivi e tenho vivido me deu uma grande lição que se aplica a todos os jovens com mais de sessenta anos, aposentadoria é um direito que deve ser desfrutado, mas, ficar inativo, sedentário, sem produzir, sem sonhos e objetivos é a mesma coisa que abrir a porta do corredor da morte."

Gostaria de chamar a atenção para uma hipocrisia muito usada, dizer que a velhice é a melhor idade, no mínimo parece que estão nos chamando de burros, que não temos a percepção da idade que temos. Na minha opinião a melhor idade está entre os 25 e 45 anos, com pequenas variações. Não seja hipócrita, nunca diga a um idoso que ele está na melhor idade, você poderá ofendê-lo. Porém, o fato de não estarmos na melhor idade não indica que a vida dos idosos é ruim, apenas que eles já tiveram anos muito melhores, quando desfrutavam de muito mais vitalidade. 

Mais em Coluna do Macedo
Veja mais